quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Modelo da Deficiência



Modelo Caritativo

Esse modelo vê as pessoas com deficiência como vítimas da sua incapacidade. Elas não são capazes de se ajudar e de levar uma vida independente.

Modelo Médico

O Modelo Médico (ou Individual) vê as pessoas com deficiência pessoas que têm problemas físicos que precisam ser curados. Isto impele as pessoas com deficiência para o papel passivo de pacientes. O objetivo dessa abordagem é “normalizar” as pessoas com deficiência, o que naturalmente implica que sejam, de um modo ou de outro, anormais.

Modelo Social

O “Modelo Social” vê a deficiência como um resultado do modo como a sociedade está organizada. Como a sociedade não está bem organizada, as pessoas com deficiência enfrentam os seguintes tipos de discriminação e barreiras à participação:
  • de atitude: expressa-se em medo, ignorância e baixas expectativas.
  • do meio: resulta na inacessibilidade física que afeta todos os aspectos da vida (lojas, prédios públicos, templos, etc.); e
  • institucional: são as discriminações de caráter legal. Pessoas com deficiências são excluídas de certos direitos (por ex., não poder casar e ter filhos), exclusão das escolas, etc.
Esses três tipos de barreiras tornam as pessoas com deficiência incapazes de assumir o controle das suas próprias vidas.

O modelo baseado nos direitos

Este modelo é semelhante ao do modelo social. O seu foco incide no cumprimento dos direitos humanos, por exemplo: o direito a oportunidades iguais e à participação na sociedade. Logo, a sociedade precisa mudar para garantir que todos – inclusive as pessoas com deficiência – tenham oportunidades iguais para participar dela. É um fato indubitável que as pessoas com deficiência muitas vezes se defrontam com direitos humanos básicos negados, como, por exemplo, o direito à saúde (física e psicológica) ou o direito à educação e ao emprego. Portanto, a legislação e as políticas públicas têm que fazer desaparecer essas barreiras criadas pela sociedade. A abordagem baseada nos direitos diz que a assistência nessas áreas não é uma questão de humanidade ou caridade, mas sim um direito humano básico que todos podem reivindicar. Os dois elementos principais da abordagem baseada nos direitos é o empoderamento (empowerment, capacitação, fortalecimento dos meios de ação) e a responsabilidade (prestação de contas). Empoderamento refere-se à participação de pessoas com deficiência como partes interessadas ativas, enquanto que responsabilidade relaciona-se com o dever das instituições públicas em implementar esses direitos e justificar a qualidade e quantidade da sua implementação.
Aplicação dos modelos
Cada modelo descrito acima insere numa categoria as quatro maneiras das pessoas de classificar a “deficiência” e de ver os portadores de deficiência. Todo mundo usa um desses modelos ou uma mistura deles – consciente ou inconscientemente. Esses modelos influenciam a nossa maneira de pensar, de conversar e o nosso comportamento.
O quadro abaixo dá alguns exemplos de como as pessoas com deficiência tendem a ser vistas por outras pessoas e que consequências isso pode ter.   

Exemplos

Situação
Modelo caritativo
Modelo médico
Modelo social
 Modelo baseado em direitos
Moças em cadeiras de rodas
“Que pena, esta linda mulher presa a uma cadeira de rodas nunca poderá casar, ter filhos e cuidar da sua família.”
“Oh, coitada daquela moça, devia ir ao médico e conversar com ele se há alguma terapia que possa fazê-la voltar a andar como todo mundo.” 
“A comunidade devia mesmo construir rampas em frente dos prédios públicos para as pessoas como ela possam participar da vida social.”
“Quando ela tiver um emprego, o empregador terá de construir salas acessíveis. É direito dela!”
Homem com deficiência intelectual
“Coitado daquele homem confuso; parece ser retardado mental, seria melhor para ele viver numa casa em que alguém cuidasse dele.”
“Talvez exista algum remédio ou tratamento que possa melhorar a percepção dele. Devia tentar um psiquiatra.”
“É uma boa solução o fato de ele viver com o irmão, com pessoas não-deficientes à sua volta.”
Onde será que ele quer morar? Vamos perguntar-lhe!”
Pais de filha com deficiência auditiva
“Deve ser muito ter uma filha e saber que ela nunca conseguirá viver por conta própria.”
“Tenho certeza que daqui a uns anos haverá um aparelho auditivo com o qual essa menina possa ouvir melhor.” 
“Todos nós devíamos aprender a língua de sinais para podermos nos comunicar com essa criança e todas as pessoas deficientes auditivas.”
“Quando essa criança crescer, vai poder fazer faculdade se quiser.”



Referência Bibliográfica

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